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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Os Mistérios da Torre

Quem não fala sempre para si mesmo?
" Um dia eu vou à Europa."
Este dia, porém, projeta-se sempre lá para o fututo, ou no futuro do futuro, no pretérito do futuro.
Nunca se imagina que será tão logo (so soon).
Porém a oportunidade chega e você encara de frente, encara as prestações, a falta de dinheiro, as faltas de trabalho e vai.
Começa a busca frenética no Google de "onde ir na Europa".
Em várias páginas sempre li que na França você deve visitar tudo primeiro e se sobrar um " tempinho" vá a Torre Eiffel.
Ouvi que seriam filas quilométricas que levariam horas (4h no mínimo), turistas enlouquecidos atropelando-se uns aos outros em busca do melhor ângulo, loucos consumistas atrás de mais e mais souvenirs.
Uns mais conhecedores me sugeriram visitar um prédio no entorno, pois seria a mesma vista e ainda mais eu conseguiria ver a própria Torre.
Os mais cultos diziam; não deixe de ir ao Louvre se ficar na dúvida esqueça a Torre e vá ao Museu.
Não deixe de passear no Rio Sena, de lá você verá a Torre.
Os mais preguiçosos, ou talvez os que tem claustrofobia, acrofobia, sei lá, diziam; só vou olhar de longe subir pra que?
Mas algo dentro de mim dizia, como ir a Paris e não subir a Torre, seria como ir a Roma e cadê o Papa?
Então fiz extamente o que ninguém sugerira, fui a Torre.
Confesso que não esperando nada de mais, com aquele ar de carioca de que; já conheço o Rio de Janeiro, nada é mais belo.
Altura por altura tem o Cristo Redentor, etc e tal.
Segui o conselho de um amigo de subir ao final do dia, antes do entardecer, pois teria as duas cidades aos meus pés, de dia a vista de até 70km de distância e a noite, as luzes de Paris.
Me surprendi logo na chegada, a base da Torre já é encantadora, suas tramas e mais tramas de ferro bordando um desenho ilógico, toneladas e toneladas de estrutura (mais precisamente 7.200 toneladas) com uma leveza indescritível, uma renda bruta e surprendentemente uma fila de 50mts, organizada e correta.
Ao subir ao primeiro piso por um plano inclinado totalmente panorâmico, me sucumbi a seus encantos, as vozes ao meu redor como numa mágica verbal, ou um boneco de ventríloco pessoal falavam meus pensamentos, as mãos tremiam com a câmera digital tentando capturar toda a beleza para o meu mundo de gigabites, como se eu pudesses sequestrá-la só para mim, mera loucura, nada é capaz de capturar a emoção daquele momento.
Ao subir ao segundo plano, tive que realmente me curvar a beleza que é Paris e entender porque até o insando e impiedosos Hitler não conseguiu explodir os monumentos de Paris como planejava, e até uma foto com a Torre ao fundo pedir.
O sol se escondendo pelos limites do horizonte, as curvas do Rio Sena, a soberania do bairro de Montmartre, com a Basilique du Sacré-Cœur ao topo, o dourado da cúpula do Hotel National des Invalides, a explosão Gótica da Catedral de Notre-Dame, toda Paris foi entrando por minhas veias e me infectando de beleza e luz e deste ponto em diante não ouvia mais nada, apenas flutuava em pensamentos e tentava a todo custo armazenar mais e mais pixels de imagens em minha mente.
No terceiro piso encontrei a noite e junto com ela me foi apresentada a Cidade Luz, não sabia ser possível mais beleza, mais encanto, mas outra Paris se descortinava aos meus pés e foi o golpe fatal.
A Torre me venceu, me senti uma guerreira que tomba aos pés do oponente.
Porisso hoje escrevo e torço que em sua busca ao Google, as outras páginas sumam como poeira e você leia estas mau digitadas linhas e nunca deixe de subir a Torre.

Inesquecível.

Imperdível.


Incomparável.


Inacreditável.


Palavras que plainavam nos 3 pisos.
Não deixe de subir a Torre Eiffel.

7 comentários:

  1. Que linda narrativa, dá vontade de tá lá!
    Que bom que vc esteve.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi, Fabi!!!
    Adorei seu comentário sobre a Torre Eiffel. Quando eu for à Paris vou seguir seu conselho.
    Vc ainda tá na Zoropa?
    Tenho uma dicas da Espanha.
    Sabe que achei tudo muito bonito, mas achei que o Brasil dá de 10 a 0?
    É que eu gosto mais de belezas naturais, quem gosta de prédio é arquiteto! Rsrsrs.
    Beijos, querida! Estou com saudades e cada vez com menos tempo...

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  4. Que linda narrativa de sua emoção frente a beleza da torre Eifel.
    Deu vontade de ir lá. Logo eu, que morro de medo de viagens longas.
    Parabéns!
    Beijo da tia

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  5. Fabi,
    Sua narrativa me emocionou, como vc escreve bem, realmente Paris é tudo isso e a Torre, sem comentários, fico muito feliz por vc.
    Estive lá em 2005 é realmente maravilhoso, se tiver tempo conheça a biblioteca central, o projeto é muito bom.
    Seja feliz.
    Bjos
    Márcio Bório

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  6. Fabiiiiiiiii! Que vontade de viajar!
    Bjs

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  7. Fabiana,
    Lindo relato! Só quem já esteve em Paris entende bem o que voce diz!
    Paris eh Linda mesmo! No ar uma energia diferente, indescritivel...quase sonho, pura luz! Quando estive lá, acabei não subindo por conta da sinusite, fruto de toda emoção de estar realizando meu sonhos desde os tempos da Belas Artes, e do frio..
    Mas ainda volto, e subo!
    Beijos, Parabens,

    Laise Alves(Metropolitano)

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